quinta-feira, 31 de maio de 2012

Crescimento

Nossa vida é composta de diversas necessidades, de acordo com o tempo, o espaço, enfim, o contexto em que estamos inseridos. O que me leva a ligar o netbook e escrever depois das 2 da manhã ainda é obscuro para mim. Aos poucos tenho percebido que é hora de crescer. Vejo que isto se tornou uma necessidade, as coisas ao meu redor, as responsabilidades que estou assumindo, tudo exige um tratamento mais adulto, ao passo que, com 21 anos, a vida começa a tomar tons diferentes. E estes tons exigem que sejamos, digamos, mais maduros – consequentemente mais adultos e responsáveis.

Lá pelas tantas sinto que algumas situações são demais para mim, mas olhar para o lado e ver os problemas dos outros seria pedir demais? Não, não é pedir demais, apesar de ser um processo complicado, que requer um distanciamento quase científico das situações. O que passa é que andei desistindo de algumas coisas que, de uma forma ou de outra, tinham importância em minha vida. No meio dessa reformulação, que foi mais sofrida do que eu poderia imaginar, aconteceram coisas muito bacanas, que contribuíram positivamente para que eu pudesse me modificar sem maiores danos, em comparação aos que tive.

Ter os olhos abertos assim, do nada, parece ruim, em um primeiro momento: pois eu digo que até pode ser uma experiência de difícil adaptação, mas de forma alguma é ruim. Nos últimos meses aprendi a valorizar muito o que é estar bem consigo (comigo mesmo, no caso), e com as pessoas de quem se gosta. Aprendi que quando se gosta de alguém, qualquer pensamento pode mudar, qualquer dificuldade parece pequena com a força que nos é concedida. Aprendi que, sim, é possível amar alguém, e sem pensar no mundo ao redor, conseguindo fazer com que nada mais exista, além do sentimento mais puro e bonito que pode existir. Aprendi a valorizar as diferenças, mesmo quando as diferenças surgem entre aqueles que são tão iguais.

Sinto que uma responsabilidade ainda maior está por vir, e que o aprendizado diário que venho tendo já não será o suficiente para absorvê-la; vai ser preciso aprender ainda mais, sofrer ainda mais, crescer ainda mais... Não acredito em destino, mas acredito que tudo que acontece conosco tem origem em nossas atitudes, seja qual for o momento em que elas foram tomadas. Sendo assim, só espero estar preparado e ser a melhor pessoa possível para lidar com esta necessidade de crescimento, que vem com tons diferentes de tudo que já passei até aqui, mas não menos bonitos.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Lacunas

Ali acima, nesta página de blog, eu coloquei uma aba entitulada "Sobre o Autor", na qual eu busquei fazer uma pequena introdução do que eu pretendia com este blog, com um nome tão sugestivo, aliás. Tanto é sugestivo que, quando lembrei que tenho este espaço, ele já estava com mais de 600 visitações, certamente de estudantes de contábeis sedentos por informações que os pudessem salvar em algum trabalho acadêmico, ou algo que o valha. Entendo os amigos das contábeis, pois eu, enquanto estudante de Administração, já busquei este tipo de subterfúgio - e considero lamentável admitir isto.

Lamentável é ter um espaço bem bacana (e bem atrativo), e desprezá-lo por tanto tempo. 6 meses é uma fatia de tempo bastante considerável, por mais que eu tenha embarcado em outros projetos, tanto na área acadêmica, quanto na área profissional, e não me refiro ao meu emprego. Isto não vem ao caso, entretanto. O que vem ao caso é que quero voltar a escrever. Já o faço, sobre futebol, no glorioso Vida Cancheira, porém minha pretensão é voltar a registrar meus pensamentos. Não sei se conseguirei, se me disciplinarei para isto; para tantas coisas mais importantes eu já deveria ter me disciplinado, e não consegui.

Mantive o hábito de escrever desde 2008 até 2010, e deixei isto um pouco de lado, voltando eventualmente, reiniciando blogs, só que sem um compromisso, que denotava minha imaturidade. Hoje, creio ser mais bem-resolvido, no que tange ao que penso, às minhas ideias. Posso estar um pouco longe da maturidade necessária para argumentar sobre coisas mais delicadas, acho que aqui nem cabe, apesar de ser um espaço bastante particular. Mesmo assim, os convido à leitura; mais que isto não posso pedir. Dentro do possível volto a registrar neste Livro Caixa.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aprendendo a mudar

Nesta semana assisti a (apenas) 2 palestras na Semana Acadêmica do curso que faço, de Administração, como sempre deveras importante para nossa formação. Os anos de nossa formação, além de definirem nossos rumos profissionais, com todo o conhecimento pertinente à área escolhida por nós (acadêmicos), também é uma época onde exercemos ao máximo o nosso auto-conhecimento. As palestras falavam sobre "Planejamento de Carreira" e "Finanças Pessoais" que, analisando as 2 exposições, são temáticas com pouca relação entre si, contudo, dependendo da interpretação do ouvinte, tem tudo a ver uma com a outra. Quantas vezes não pensamos em repaginar nossa vida profissional, quando paramos para pensar nas nossas contas bancárias, e até onde elas podem chegar? Ou então, o quão custoso seria mudar tudo, investir novamente em um novo conhecimento, n'uma retomada na carreira? Devo admitir que, na prática, conhecer finanças é mais importante que saber planejar a carreira, obviamente, considerando o atual momento. Só que a possibilidade aberta pela palestrante, de recomeçar, mudar tudo, me faz pensar... Pois sempre me questiono se realmente estou fazendo o que quero, e o que gosto, e na maioria das vezes, esta dúvida se mantém como uma nuvem por demais espessa sobre minha mente. Considerei, e considero, a alternativa de mudar, ter uma nova formação em algo que, não apenas me sustente, mas me satisfaça, me dê real prazer, o que não encontro, atualmente. Caraminholas povoam minha mente cada vez mais, e a cada dia que passa, estou mais próximo do final da minha graduação; as vezes faço balanços, até possivelmente compartilhe aqui no "Livro", e são variáveis que sempre norteiam o que quero e, acima de tudo, o que espero do futuro. A volatibilidade dos resultados sempre é grande, as experiências que temos nos fazem ver as coisas por um novo prisma, a cada parada para pensar. Se ver por pontos de vista diferentes remete à mudanças, creio estar amadurecendo neste aprendizado, coisa que não acontece do dia para a noite, nem de uma palestra para a outra.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sem saber

Naquele momento senti que estava chegando ao final de uma etapa. Algo parecido com um sonho, com lapsos de pesadelos, tinham me levado até aquela barreira invisível, ainda sim, de complexa ultrapassagem. Foram algumas semanas, meses, talvez, que passaram como se tivesse apertado o saudoso botão "F-FWD" dos antigos toca-fitas. Quando acordei, estava diante de algumas decisões por tomar, coisas que se complicaram demais, e eu tinha que solucionar. Tudo, e sozinho, do jeito que eu gosto, diga-se de passagem. Esta predileção se intensificou, aliás, pelo tempo em hibernação mental, quando meu corpo inerte precisou da ajuda de outrem para se mover, e não chegar em situação tão dramática no instante da retomada. Agradeço a estes, mas as coisas nunca deveriam ter sido assim, nem chegado neste ponto.

Conheço gente que defenda que nossos sonhos são 'dejà-vús', nada mais nada menos que uma prévia do que nos espera no futuro, seja ele breve ou distante. Para mim, pareceu que fui vivendo o tal dejà-vú, com os olhos entreabertos, indeciso entre a ação inconsciente, ou a passividade consciente e cansada. Não serei totalitarista, pelo menos não com as ideias sobre mim mesmo, e considerarei que relaxei conscientemente, quase chegando a por tudo (o que estava em jogo em determinado momento) a perder. Outras coisas fui levando no puro instinto, e funcionaram, se não perfeitamente bem, de maneira satisfatória, tanto é que a tranquilidade que tenho hoje credito a essa capacidade de agir automaticamente, por vezes.

Em uma reta final de trajetória, normalmente paramos para pensar no que deixamos para trás, no que estamos levando conosco, e no que podemos conquistar. Particularmente, é difícil para mim fazer uma reflexão a tal nível, uma vez que a noção que tenho a respeito das mencionadas situações é muito rasa. Ouvi hoje, da minha mãe: "tem coisas que tu só vai dar valor, realmente, no momento em que tu as perder". Como não sei o que perdi neste 2010, deixei de dar valor a tudo, principalmente no 'sprint' final, quando joguei tudo para cima, e segurei o que caiu primeiro. Tiveram coisas que se estatelaram, mas sem se espatifar, enfim, sempre achei que poderia segurar tudo, quase que acabo não pegando nada. E se não tivesse pego nada, pode ser que eu estivesse escrevendo o mesmo texto, com o mesmo sentimento: de incertezas.

Como a virada do ano para mim só representará a mudança de calendário, uma vez que tudo seguirá na mesma, pela primeira vez em 20 anos começo um novo calendário sem saber como terminará a primeira semana. As vezes desejo ter o controle daquele filme, o "Click", com o Adam Sandler, onde ele aperta uma tecla, e ganha o supracitado "F-FWD" em algumas situações de sua vida. Poder eliminar tudo que é rotineiro e desgastante seria um bom começo; mas acho que melhor que isto, é começar este 2011 adquirindo a capacidade de aprender. Mais importante que o aprendizado técnico, que está longe de ser minha referência por aqui, é o aprendizado pessoal que vamos levar para a vida toda, e penso que seja o combustível para as outras coisas onde estamos envolvidos como seres humanos.

Enfim, e por fim, não prometo nada, e não traço objetivos para 2011. Isto é material para ilusão e decepção posterior. A ideia é: viver a vida a cada dia, como se cada um deles fosse uma final de campeonato. O tal do planejamento a médio prazo será deixado de lado, pelo menos no gás inicial. Já que o balde vem quicando, chutarei-o, de preferência para o mais alto possível. Se ele cair, talvez eu já consiga catar mais de uma coisa no ar ao mesmo tempo. E se eu deixar ele quebrar, talvez eu o valorize um pouco. Feliz 2011!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Vertigem

Ultimamente tenho sentido minha vida em um ritmo que, por vezes, parece fugir totalmente do meu controle. Poucas são as oportunidades onde consigo organizar as idéias, e pesar todos os desejos e necessidades com as respectivas possibilidades e prioridades. O colapso final está mais perto do que o ‘estalo’ que fará com que tudo se resolva, por mais absurdo que afirmar isto pareça. Pudera, de tanto explorar meu lado polivalente, tudo começou a criar uma proporção incrivelmente grande. Admito, a bola de neve está crescendo, e forçá-la contra uma pedra para que perca volume é a alternativa mais próxima e a atitude mais racional a ser tomada. Por enquanto quero beber dessa tal insanidade, e desafiar tudo, mesmo que sem aquele afinco, só para ter o gosto de dizer no final que venci; tudo bem, fazendo retranca, abusando das faltas e achando um gol no contra-ataque, entretanto, quem disse que isso não é eficácia?
Analiso meu desempenho pessoal desde o começo do ano passado, e vejo que minha produção final está em uma curva descendente, considerando que estava querendo decolar. Só não sabia para onde, e esta falta de rumo me persegue até hoje, comprometendo muitas decisões fáceis de serem tomadas, e fazendo com que eu tenha atitudes deveras irresponsáveis. Aliás, hoje me considero uma pessoa melhor do que a 2 anos atrás, nas questões de relações humanas, principalmente, sinto que estou muito mais maleável às diversas possibilidades de personalidades que podemos encontrar pelo caminho; em contrapartida, tenho falhas monumentais em coisas que não costumava falhar, ou que não sabia que era capaz de falhar. Muitas vezes penso que isto é pela quantidade de compromissos simultâneos que resolvi assumir; contudo, não posso reclamar, porque isto tudo são frutos de decisões exclusivamente minhas, tomadas sem a influência de quem quer que seja.
Estou no meio do caminho em uma formação acadêmica, e ainda não tenho certeza se é isso o que realmente quero para minha vida. Inclusive estes últimos 3 ou 4 meses foram determinantes para a formação deste conceito. E por que só levei 5 semestres para descobrir ou pelo menos pensar nisto? Respondo, do alto do meu pedestal conservador, que estou conseguindo sobreviver bem assim, então, não há porque mudar. Muitas das coisas que adquiri, principalmente a melhora na questão pessoal, credito à formação que estou tendo. Só o fato de conviver com pessoas de nível intelectual mais elevado do que o das pessoas que normalmente convivia já vale por um curso inteiro na universidade. Certo professor diz que “não são as matérias de sala de aula que nos farão melhores ou piores profissionais, e sim a consciência de aproveitar a troca de experiências existente”. Tanto me espelho nesta afirmação, que neste semestre resolvi vilipendiar por completo a questão de sala de aula, e preferi degustar um pouco desse estilo de vida. Confesso os problemas em relação a questões avaliativas, mas não é a história das “altas notas em Processo Negocial” que tu irás contar para teus netos no futuro, certo?
Lendo coisas em outro blog que cultivava em tempos nem tão remotos assim, cheguei ao seguinte trecho de texto: “No meio deste pequeno turbilhão, fui procurar outra sarna para me coçar: decidi que teria que achar alguma ocupação para o entretempo em que eu saia do trabalho, até a hora em que ia a aula, e, por condicional, deveria ser algo útil. Então daí veio a brilhante idéia de iniciar um curso de Inglês, com certa pressa; já que 'a pressa é inimiga da perfeição', e ninguém pode fazer nada perfeito, a salvaguarda estaria garantida, acontecesse o que acontecesse.” Escrevi isto lá por meados de agosto do ano passado (o acontecido fora no final de maio do mesmo ano). Obviamente, um trecho ‘non-sense’, como a maioria dos meus escritos daquele tempo (e deste, por que não?), mas ilustrativo para a situação atual. Naquela época trabalhava até o meio da tarde, e fazia sentido esta afirmação. Por que trazer isto à tona no dias de hoje? Simples, é porque a pressa simplesmente não aconteceu. Outra coisa que a vida nos faz ter grandes surpresas, só no embalo do curso de Inglês, fiz coisas que até então, 18 anos de idade, e tal, nunca tinha feito antes. “Troca de experiências”, saca?
A questão profissional ainda me atucana um pouco, principalmente porque ela vem na esteira da questão acadêmica. Ando tendo sérios dilemas em relação as minhas intenções e objetivos. Engraçado e irônico para uma pessoa que sempre entrou “a morrer” neste tipo de atividade. Quer dizer, de certa forma estou “a morrer”, mas da forma mais indigna possível, que é o suicídio. Por essas e outras que afirmei lá no primeiro parágrafo, que ‘poucas são as oportunidades onde consigo organizar as idéias’, porque preciso ter um tempo para decidir o que eu realmente quero. Mas, já que falei em tempo, é preciso dar ele a ele, por mais paradoxal que pareça, uma vez que gosto de tudo para ontem. Enquanto isto, vou tomando o abafa neste desafio que a cada dia que passa parece uma final de Copa do Mundo. Que ganharei, só na defensiva, e com gol chorado.

sábado, 30 de outubro de 2010

Cavalos encilhados

A expressão que está no título desta postagem eu credito ao meu pai, Sergio, que costuma usá-la em muitas oportunidades e contextos. Não que meu pai seja um grande pensador ou filósofo, mas esta expressão faz muito sentido, considerando meu atual momento de vida afetivo-emocional (tá bom, me puxei). Aliás, ele utiliza-a na maioria das vezes para me auxiliar nisto, em tom de conselho ou alerta. Vejo que deveria tê-la como um mantra. Não gosto de me estender muito neste tipo de assunto, sei lá, vejo como algo supérfluo, mas gerador de ótimas reflexões, objetivo principal de eu estar em frente de uma tela, digitando após a meia-noite de uma sexta. Quero descobrir o que o Aurelião diz a respeito de ‘encilhar’, deve ter algo a ver com colocar cela no animal de montaria, então, por conseqüência, ‘encilhado’ é o animal pronto para a montaria. Quer dizer, neste exemplo, dizer que ‘o cavalo está passando encilhado’ é dizer que a situação está pronta, só depende de ti. Bueno, não larguem dependências nas minhas mãos, normalmente não costuma dar muito certo, ainda mais neste aspecto da vida. Qualquer comentário que eu faça, em relação a algum caso que não deu muito certo, lá vem o ‘coroa’ com sua orientação em tom de corneta. No sentido real, nunca me prestei a tentar montaria, e no sentido figurado sigo a passos largos o mesmo caminho. Ultimamente a atitude tem sido um pouco menos pior, consigo botar uma falsa ‘cara-de-pau’ na jogada, e ela está querendo acompanhar a percepção. Dizem os estudados do zodíaco, que os librianos normalmente são observadores. Bom, neste caso, eles parecem com total razão, visto que aprendi com o tempo a diferenciar determinadas situações. Só que ainda não aprendi totalmente a me aproveitar disto. Sério, se existisse um curso para isto, me inscreveria na hora, pois sou calamitoso na hora de ter que ‘tomar a frente’ nestas situações. Algo que tem me ajudado é o ambiente de trabalho, onde convivo prioritariamente com mulheres, e aos poucos vou aprendendo que muitas coisas são de senso comum entre elas, e posso usar sem medo de errar. Alguns amigos dizem que a coragem vem com o álcool, mas, como não estou permanentemente bêbado, tenho que dar a cara, limpa por sinal, a bater, não tem jeito. Ou treinar montaria, para perder o costume de deixar os cavalos passarem encilhados pelos campos afora.

Causas e batalhas

Nesta noite aconteceu um fato raro... Resolvi parar em frente ao computador, e produzir qualquer coisa textual. Ultimamente venho abusando da ferramenta “Twitter”, a qual acaba deixando-me alheio aos textos mais elaborados, dentro da sua limitação das 140 letras, ou algo assim. O site de frases curtas não passa de uma justificativa, mas não é o assunto em pauta, apesar de que, penso que poderia fazer um texto bem legível sobre os usos do site do pássaro azul. Não, como os que me lêem devem saber (ou pelo menos deveriam), só escrevo quando preciso ‘desabafar’ algo e aí está. Nunca fui uma pessoa que teve grandes certezas ao longo de 20 anos de vida; na verdade, os pontos de interrogação são uma constante, e me acostumei bem com eles, a ponto de conseguir evoluir razoavelmente, mesmo com isto tudo. Se eu for olhar para trás, o que tinha e o que era, para o que tenho e o que sou, tudo mudou demais, e sempre que posso ressalto isto, mesmo que pareça, digamos assim, um desprezo à modéstia. Entretanto, algo me leva a pensar que uma pessoa com objetivos não pode ser tão maleável assim, necessitando de um mínimo de firmeza em suas convicções. Enfim, acabo me olhando no espelho, e me vendo como uma pessoa com atitudes bipolares, por mais bizarro que isto possa parecer. Exatamente porque até hoje a tarde não tinha a menor vontade de escrever sobre isto, ou porque até o semestre passado adorava o curso de Administração. Na semana passada participava de uma reunião na Universidade, e um professor dizia que “as pessoas não tem um norte, não tem algo pelo que lutar”. Senti esta frase como um soco na boca do estômago, aliás, um soco justo e merecido naquele momento. Paro para analisar minha situação, e percebo, com resignação, que não tenho causas pelas quais batalhar, ou, numa hipótese menos trágica, que tenho muitas causas, e acabo vilipendiando todas. Como a tragédia não é uma propriedade exclusiva dos gênios da literatura, me aproprio dela, e assumo a primeira alternativa posta anteriormente. Por algum motivo obscuro, gasto todas minhas energias e capacidades batalhando por uma causa que não me dá nenhum prazer em ganhar, e que, se perder, estará longe de ser um estopim para terra arrasada. Pareço ter estagnado em um ponto de relativa insatisfação com tudo: família, faculdade, trabalho, vida pessoal... Uso de relatividade, pois me lembro de ter dito que tenho atitudes ‘bipolares’. Em muitos momentos estou muito de bem com tudo, saio para trabalhar bem, e volto da faculdade melhor ainda; no dia seguinte podem acontecer as mesmas coisas, e, ainda assim, não seria improvável uma variação humorística. Me pego refletindo que os rumos deste próprio texto podem ser modificados, do nada, e terei que botar nesta conta que abro, de uma ‘sazonalidade emocional’. Deve ser essa época do ano, onde toda a carga de 10 meses começa a cobrar prestação de contas e a maior vontade é ter uma função no corpo escrita “automático”, ativá-la, e que venham os 2 últimos meses. Ou então, se não for possível, jogar tudo para o alto de uma vez por todas, e esperar 2011 chegar para retomar. Se fosse fazer um gráfico de Excel para definir uma linha no ano, estaria em uma clara curva descendente... Contudo, o que mais me preocupa é que na próxima sexta-feira poderei estar escrevendo algo totalmente diferente, com outro estado de espírito, ainda que nunca pudesse colocar entre minhas qualidades o positivismo. Bom, ao menos tentarei tirar forças de onde não posso alcançar (mas possuo) para modificar esta situação, até porque alguma atitude tem que ser tomada. Conversando com uma colega de trabalho, ela me dizia que as pessoas não conseguem fazer nada por si próprias; não poderia ter melhor motivação do que esta, como bom individualista e egocêntrico que sou. Adquiri uma convicção, e esta não irei perder ou repensar: eu posso mudar e com minhas próprias pernas. Já é um começo, e uma causa pela qual batalhar, o resto eu vejo ao longo da semana que virá.