Naquele momento senti que estava chegando ao final de uma etapa. Algo
parecido com um sonho, com lapsos de pesadelos, tinham me levado até
aquela barreira invisível, ainda sim, de complexa ultrapassagem. Foram
algumas semanas, meses, talvez, que passaram como se tivesse apertado o
saudoso botão "F-FWD" dos antigos toca-fitas. Quando acordei, estava
diante de algumas decisões por tomar, coisas que se complicaram demais, e
eu tinha que solucionar. Tudo, e sozinho, do jeito que eu gosto,
diga-se de passagem. Esta predileção se intensificou, aliás, pelo tempo
em hibernação mental, quando meu corpo inerte precisou da ajuda de
outrem para se mover, e não chegar em situação tão dramática no instante
da retomada. Agradeço a estes, mas as coisas nunca deveriam ter sido
assim, nem chegado neste ponto.
Conheço gente que defenda que
nossos sonhos são 'dejà-vús', nada mais nada menos que uma prévia do que
nos espera no futuro, seja ele breve ou distante. Para mim, pareceu que
fui vivendo o tal dejà-vú, com os olhos entreabertos, indeciso entre a
ação inconsciente, ou a passividade consciente e cansada. Não serei
totalitarista, pelo menos não com as ideias sobre mim mesmo, e
considerarei que relaxei conscientemente, quase chegando a por tudo (o
que estava em jogo em determinado momento) a perder. Outras coisas fui
levando no puro instinto, e funcionaram, se não perfeitamente bem, de
maneira satisfatória, tanto é que a tranquilidade que tenho hoje credito
a essa capacidade de agir automaticamente, por vezes.
Em uma
reta final de trajetória, normalmente paramos para pensar no que
deixamos para trás, no que estamos levando conosco, e no que podemos
conquistar. Particularmente, é difícil para mim fazer uma reflexão a tal
nível, uma vez que a noção que tenho a respeito das mencionadas
situações é muito rasa. Ouvi hoje, da minha mãe: "tem coisas que tu só
vai dar valor, realmente, no momento em que tu as perder". Como não sei o
que perdi neste 2010, deixei de dar valor a tudo, principalmente no
'sprint' final, quando joguei tudo para cima, e segurei o que caiu
primeiro. Tiveram coisas que se estatelaram, mas sem se espatifar,
enfim, sempre achei que poderia segurar tudo, quase que acabo não
pegando nada. E se não tivesse pego nada, pode ser que eu estivesse
escrevendo o mesmo texto, com o mesmo sentimento: de incertezas.
Como
a virada do ano para mim só representará a mudança de calendário, uma
vez que tudo seguirá na mesma, pela primeira vez em 20 anos começo um
novo calendário sem saber como terminará a primeira semana. As vezes
desejo ter o controle daquele filme, o "Click", com o Adam Sandler, onde
ele aperta uma tecla, e ganha o supracitado "F-FWD" em algumas
situações de sua vida. Poder eliminar tudo que é rotineiro e desgastante
seria um bom começo; mas acho que melhor que isto, é começar este 2011
adquirindo a capacidade de aprender. Mais importante que o aprendizado
técnico, que está longe de ser minha referência por aqui, é o
aprendizado pessoal que vamos levar para a vida toda, e penso que seja o
combustível para as outras coisas onde estamos envolvidos como seres
humanos.
Enfim, e por fim, não prometo nada, e não traço
objetivos para 2011. Isto é material para ilusão e decepção posterior. A
ideia é: viver a vida a cada dia, como se cada um deles fosse uma final
de campeonato. O tal do planejamento a médio prazo será deixado de
lado, pelo menos no gás inicial. Já que o balde vem quicando,
chutarei-o, de preferência para o mais alto possível. Se ele cair,
talvez eu já consiga catar mais de uma coisa no ar ao mesmo tempo. E se
eu deixar ele quebrar, talvez eu o valorize um pouco. Feliz 2011!
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Vertigem
Ultimamente tenho sentido minha vida em um ritmo que, por vezes, parece
fugir totalmente do meu controle. Poucas são as oportunidades onde
consigo organizar as idéias, e pesar todos os desejos e necessidades com
as respectivas possibilidades e prioridades. O colapso final está mais
perto do que o ‘estalo’ que fará com que tudo se resolva, por mais
absurdo que afirmar isto pareça. Pudera, de tanto explorar meu lado
polivalente, tudo começou a criar uma proporção incrivelmente grande.
Admito, a bola de neve está crescendo, e forçá-la contra uma pedra para
que perca volume é a alternativa mais próxima e a atitude mais racional a
ser tomada. Por enquanto quero beber dessa tal insanidade, e desafiar
tudo, mesmo que sem aquele afinco, só para ter o gosto de dizer no final
que venci; tudo bem, fazendo retranca, abusando das faltas e achando um
gol no contra-ataque, entretanto, quem disse que isso não é eficácia?
Analiso meu desempenho pessoal desde o começo do ano passado, e vejo que minha produção final está em uma curva descendente, considerando que estava querendo decolar. Só não sabia para onde, e esta falta de rumo me persegue até hoje, comprometendo muitas decisões fáceis de serem tomadas, e fazendo com que eu tenha atitudes deveras irresponsáveis. Aliás, hoje me considero uma pessoa melhor do que a 2 anos atrás, nas questões de relações humanas, principalmente, sinto que estou muito mais maleável às diversas possibilidades de personalidades que podemos encontrar pelo caminho; em contrapartida, tenho falhas monumentais em coisas que não costumava falhar, ou que não sabia que era capaz de falhar. Muitas vezes penso que isto é pela quantidade de compromissos simultâneos que resolvi assumir; contudo, não posso reclamar, porque isto tudo são frutos de decisões exclusivamente minhas, tomadas sem a influência de quem quer que seja.
Estou no meio do caminho em uma formação acadêmica, e ainda não tenho certeza se é isso o que realmente quero para minha vida. Inclusive estes últimos 3 ou 4 meses foram determinantes para a formação deste conceito. E por que só levei 5 semestres para descobrir ou pelo menos pensar nisto? Respondo, do alto do meu pedestal conservador, que estou conseguindo sobreviver bem assim, então, não há porque mudar. Muitas das coisas que adquiri, principalmente a melhora na questão pessoal, credito à formação que estou tendo. Só o fato de conviver com pessoas de nível intelectual mais elevado do que o das pessoas que normalmente convivia já vale por um curso inteiro na universidade. Certo professor diz que “não são as matérias de sala de aula que nos farão melhores ou piores profissionais, e sim a consciência de aproveitar a troca de experiências existente”. Tanto me espelho nesta afirmação, que neste semestre resolvi vilipendiar por completo a questão de sala de aula, e preferi degustar um pouco desse estilo de vida. Confesso os problemas em relação a questões avaliativas, mas não é a história das “altas notas em Processo Negocial” que tu irás contar para teus netos no futuro, certo?
Lendo coisas em outro blog que cultivava em tempos nem tão remotos assim, cheguei ao seguinte trecho de texto: “No meio deste pequeno turbilhão, fui procurar outra sarna para me coçar: decidi que teria que achar alguma ocupação para o entretempo em que eu saia do trabalho, até a hora em que ia a aula, e, por condicional, deveria ser algo útil. Então daí veio a brilhante idéia de iniciar um curso de Inglês, com certa pressa; já que 'a pressa é inimiga da perfeição', e ninguém pode fazer nada perfeito, a salvaguarda estaria garantida, acontecesse o que acontecesse.” Escrevi isto lá por meados de agosto do ano passado (o acontecido fora no final de maio do mesmo ano). Obviamente, um trecho ‘non-sense’, como a maioria dos meus escritos daquele tempo (e deste, por que não?), mas ilustrativo para a situação atual. Naquela época trabalhava até o meio da tarde, e fazia sentido esta afirmação. Por que trazer isto à tona no dias de hoje? Simples, é porque a pressa simplesmente não aconteceu. Outra coisa que a vida nos faz ter grandes surpresas, só no embalo do curso de Inglês, fiz coisas que até então, 18 anos de idade, e tal, nunca tinha feito antes. “Troca de experiências”, saca?
A questão profissional ainda me atucana um pouco, principalmente porque ela vem na esteira da questão acadêmica. Ando tendo sérios dilemas em relação as minhas intenções e objetivos. Engraçado e irônico para uma pessoa que sempre entrou “a morrer” neste tipo de atividade. Quer dizer, de certa forma estou “a morrer”, mas da forma mais indigna possível, que é o suicídio. Por essas e outras que afirmei lá no primeiro parágrafo, que ‘poucas são as oportunidades onde consigo organizar as idéias’, porque preciso ter um tempo para decidir o que eu realmente quero. Mas, já que falei em tempo, é preciso dar ele a ele, por mais paradoxal que pareça, uma vez que gosto de tudo para ontem. Enquanto isto, vou tomando o abafa neste desafio que a cada dia que passa parece uma final de Copa do Mundo. Que ganharei, só na defensiva, e com gol chorado.
Analiso meu desempenho pessoal desde o começo do ano passado, e vejo que minha produção final está em uma curva descendente, considerando que estava querendo decolar. Só não sabia para onde, e esta falta de rumo me persegue até hoje, comprometendo muitas decisões fáceis de serem tomadas, e fazendo com que eu tenha atitudes deveras irresponsáveis. Aliás, hoje me considero uma pessoa melhor do que a 2 anos atrás, nas questões de relações humanas, principalmente, sinto que estou muito mais maleável às diversas possibilidades de personalidades que podemos encontrar pelo caminho; em contrapartida, tenho falhas monumentais em coisas que não costumava falhar, ou que não sabia que era capaz de falhar. Muitas vezes penso que isto é pela quantidade de compromissos simultâneos que resolvi assumir; contudo, não posso reclamar, porque isto tudo são frutos de decisões exclusivamente minhas, tomadas sem a influência de quem quer que seja.
Estou no meio do caminho em uma formação acadêmica, e ainda não tenho certeza se é isso o que realmente quero para minha vida. Inclusive estes últimos 3 ou 4 meses foram determinantes para a formação deste conceito. E por que só levei 5 semestres para descobrir ou pelo menos pensar nisto? Respondo, do alto do meu pedestal conservador, que estou conseguindo sobreviver bem assim, então, não há porque mudar. Muitas das coisas que adquiri, principalmente a melhora na questão pessoal, credito à formação que estou tendo. Só o fato de conviver com pessoas de nível intelectual mais elevado do que o das pessoas que normalmente convivia já vale por um curso inteiro na universidade. Certo professor diz que “não são as matérias de sala de aula que nos farão melhores ou piores profissionais, e sim a consciência de aproveitar a troca de experiências existente”. Tanto me espelho nesta afirmação, que neste semestre resolvi vilipendiar por completo a questão de sala de aula, e preferi degustar um pouco desse estilo de vida. Confesso os problemas em relação a questões avaliativas, mas não é a história das “altas notas em Processo Negocial” que tu irás contar para teus netos no futuro, certo?
Lendo coisas em outro blog que cultivava em tempos nem tão remotos assim, cheguei ao seguinte trecho de texto: “No meio deste pequeno turbilhão, fui procurar outra sarna para me coçar: decidi que teria que achar alguma ocupação para o entretempo em que eu saia do trabalho, até a hora em que ia a aula, e, por condicional, deveria ser algo útil. Então daí veio a brilhante idéia de iniciar um curso de Inglês, com certa pressa; já que 'a pressa é inimiga da perfeição', e ninguém pode fazer nada perfeito, a salvaguarda estaria garantida, acontecesse o que acontecesse.” Escrevi isto lá por meados de agosto do ano passado (o acontecido fora no final de maio do mesmo ano). Obviamente, um trecho ‘non-sense’, como a maioria dos meus escritos daquele tempo (e deste, por que não?), mas ilustrativo para a situação atual. Naquela época trabalhava até o meio da tarde, e fazia sentido esta afirmação. Por que trazer isto à tona no dias de hoje? Simples, é porque a pressa simplesmente não aconteceu. Outra coisa que a vida nos faz ter grandes surpresas, só no embalo do curso de Inglês, fiz coisas que até então, 18 anos de idade, e tal, nunca tinha feito antes. “Troca de experiências”, saca?
A questão profissional ainda me atucana um pouco, principalmente porque ela vem na esteira da questão acadêmica. Ando tendo sérios dilemas em relação as minhas intenções e objetivos. Engraçado e irônico para uma pessoa que sempre entrou “a morrer” neste tipo de atividade. Quer dizer, de certa forma estou “a morrer”, mas da forma mais indigna possível, que é o suicídio. Por essas e outras que afirmei lá no primeiro parágrafo, que ‘poucas são as oportunidades onde consigo organizar as idéias’, porque preciso ter um tempo para decidir o que eu realmente quero. Mas, já que falei em tempo, é preciso dar ele a ele, por mais paradoxal que pareça, uma vez que gosto de tudo para ontem. Enquanto isto, vou tomando o abafa neste desafio que a cada dia que passa parece uma final de Copa do Mundo. Que ganharei, só na defensiva, e com gol chorado.
sábado, 30 de outubro de 2010
Cavalos encilhados
A expressão que está no título desta postagem eu credito ao meu pai,
Sergio, que costuma usá-la em muitas oportunidades e contextos. Não que
meu pai seja um grande pensador ou filósofo, mas esta expressão faz
muito sentido, considerando meu atual momento de vida afetivo-emocional
(tá bom, me puxei). Aliás, ele utiliza-a na maioria das vezes para me
auxiliar nisto, em tom de conselho ou alerta. Vejo que deveria tê-la
como um mantra. Não gosto de me estender muito neste tipo de assunto,
sei lá, vejo como algo supérfluo, mas gerador de ótimas reflexões,
objetivo principal de eu estar em frente de uma tela, digitando após a
meia-noite de uma sexta. Quero descobrir o que o Aurelião diz a respeito
de ‘encilhar’, deve ter algo a ver com colocar cela no animal de
montaria, então, por conseqüência, ‘encilhado’ é o animal pronto para a
montaria. Quer dizer, neste exemplo, dizer que ‘o cavalo está passando
encilhado’ é dizer que a situação está pronta, só depende de ti. Bueno,
não larguem dependências nas minhas mãos, normalmente não costuma dar
muito certo, ainda mais neste aspecto da vida. Qualquer comentário que
eu faça, em relação a algum caso que não deu muito certo, lá vem o
‘coroa’ com sua orientação em tom de corneta. No sentido real, nunca me
prestei a tentar montaria, e no sentido figurado sigo a passos largos o
mesmo caminho. Ultimamente a atitude tem sido um pouco menos pior,
consigo botar uma falsa ‘cara-de-pau’ na jogada, e ela está querendo
acompanhar a percepção. Dizem os estudados do zodíaco, que os librianos
normalmente são observadores. Bom, neste caso, eles parecem com total
razão, visto que aprendi com o tempo a diferenciar determinadas
situações. Só que ainda não aprendi totalmente a me aproveitar disto.
Sério, se existisse um curso para isto, me inscreveria na hora, pois sou
calamitoso na hora de ter que ‘tomar a frente’ nestas situações. Algo
que tem me ajudado é o ambiente de trabalho, onde convivo
prioritariamente com mulheres, e aos poucos vou aprendendo que muitas
coisas são de senso comum entre elas, e posso usar sem medo de errar.
Alguns amigos dizem que a coragem vem com o álcool, mas, como não estou
permanentemente bêbado, tenho que dar a cara, limpa por sinal, a bater,
não tem jeito. Ou treinar montaria, para perder o costume de deixar os
cavalos passarem encilhados pelos campos afora.
Causas e batalhas
Nesta noite aconteceu um fato raro... Resolvi parar em frente ao
computador, e produzir qualquer coisa textual. Ultimamente venho
abusando da ferramenta “Twitter”, a qual acaba deixando-me alheio aos
textos mais elaborados, dentro da sua limitação das 140 letras, ou algo
assim. O site de frases curtas não passa de uma justificativa, mas não é
o assunto em pauta, apesar de que, penso que poderia fazer um texto bem
legível sobre os usos do site do pássaro azul. Não, como os que me lêem
devem saber (ou pelo menos deveriam), só escrevo quando preciso
‘desabafar’ algo e aí está. Nunca fui uma pessoa que teve grandes
certezas ao longo de 20 anos de vida; na verdade, os pontos de
interrogação são uma constante, e me acostumei bem com eles, a ponto de
conseguir evoluir razoavelmente, mesmo com isto tudo. Se eu for olhar
para trás, o que tinha e o que era, para o que tenho e o que sou, tudo
mudou demais, e sempre que posso ressalto isto, mesmo que pareça,
digamos assim, um desprezo à modéstia. Entretanto, algo me leva a pensar
que uma pessoa com objetivos não pode ser tão maleável assim,
necessitando de um mínimo de firmeza em suas convicções. Enfim, acabo me
olhando no espelho, e me vendo como uma pessoa com atitudes bipolares,
por mais bizarro que isto possa parecer. Exatamente porque até hoje a
tarde não tinha a menor vontade de escrever sobre isto, ou porque até o
semestre passado adorava o curso de Administração. Na semana passada
participava de uma reunião na Universidade, e um professor dizia que “as
pessoas não tem um norte, não tem algo pelo que lutar”. Senti esta
frase como um soco na boca do estômago, aliás, um soco justo e merecido
naquele momento. Paro para analisar minha situação, e percebo, com
resignação, que não tenho causas pelas quais batalhar, ou, numa hipótese
menos trágica, que tenho muitas causas, e acabo vilipendiando todas.
Como a tragédia não é uma propriedade exclusiva dos gênios da
literatura, me aproprio dela, e assumo a primeira alternativa posta
anteriormente. Por algum motivo obscuro, gasto todas minhas energias e
capacidades batalhando por uma causa que não me dá nenhum prazer em
ganhar, e que, se perder, estará longe de ser um estopim para terra
arrasada. Pareço ter estagnado em um ponto de relativa insatisfação com
tudo: família, faculdade, trabalho, vida pessoal... Uso de relatividade,
pois me lembro de ter dito que tenho atitudes ‘bipolares’. Em muitos
momentos estou muito de bem com tudo, saio para trabalhar bem, e volto
da faculdade melhor ainda; no dia seguinte podem acontecer as mesmas
coisas, e, ainda assim, não seria improvável uma variação humorística.
Me pego refletindo que os rumos deste próprio texto podem ser
modificados, do nada, e terei que botar nesta conta que abro, de uma
‘sazonalidade emocional’. Deve ser essa época do ano, onde toda a carga
de 10 meses começa a cobrar prestação de contas e a maior vontade é ter
uma função no corpo escrita “automático”, ativá-la, e que venham os 2
últimos meses. Ou então, se não for possível, jogar tudo para o alto de
uma vez por todas, e esperar 2011 chegar para retomar. Se fosse fazer um
gráfico de Excel para definir uma linha no ano, estaria em uma clara
curva descendente... Contudo, o que mais me preocupa é que na próxima
sexta-feira poderei estar escrevendo algo totalmente diferente, com
outro estado de espírito, ainda que nunca pudesse colocar entre minhas
qualidades o positivismo. Bom, ao menos tentarei tirar forças de onde
não posso alcançar (mas possuo) para modificar esta situação, até porque
alguma atitude tem que ser tomada. Conversando com uma colega de
trabalho, ela me dizia que as pessoas não conseguem fazer nada por si
próprias; não poderia ter melhor motivação do que esta, como bom
individualista e egocêntrico que sou. Adquiri uma convicção, e esta não
irei perder ou repensar: eu posso mudar e com minhas próprias pernas. Já
é um começo, e uma causa pela qual batalhar, o resto eu vejo ao longo
da semana que virá.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Liberdade
Como existem pessoas que ainda vilipendiam e não priorizam isto?
Ultimamente venho pensando muito neste aspecto da vida, no que a
liberdade vem oferecendo, e qual a margem que ela tem a oferecer. Em um
primeiro momento, a tendência é pensar em liberdade de expressão e de
opiniões; isto temos há muito tempo, e não nos tirarão tão fácil. Digo
outro tipo de liberdade: a que nos foi dada junto com o direito de ir e
vir. Adquiri um estilo de vida que propicia aproveitar muito disto,
apesar de ser um estilo de vida, digamos assim, solitário. Ele precisa
ser assim, para que eu possa viver plenamente e desfrutar deste
sentimento de 'eu posso fazer o que eu quiser, ir onde eu quiser, a hora
que eu quiser, e não devo satisfações a quem quer que seja'. Por vezes
sou muito radical neste sentimento, e acabo me omitindo de muitas coisas
das quais não precisaria me omitir, enfim, deixo de fazer com
frequência coisas que qualquer cara de quase 20 anos faz, tudo para
defender este estilo de viver. Ou há 2 anos atrás, talvez nem isto, eu
me imaginava enfrentando 2 horas de viagem até a Redenção, só para
caminhar, sentar, ler e curtir um dia de sol? Então enfrentando 8 horas
de viagem até a Fronteira para ver meu time, com gente que eu nunca
tinha visto na vida? Penso que a maioria das pessoas, por dependerem
demais das outras, deixam de fazer muitas coisas que gostariam de fazer.
Claro que não deixo de sair com meus amigos, seria anti-social uma
atitude assim, contudo, não dependo deles para curtir uma noitada, por
exemplo. Me sinto bem, me parece uma coisa mística esta postura de
independência total e absoluta. Domingo completarei 20 anos de idade, e
já dispensei qualquer tipo de comemoração isolada; se não puder
comemorar um pouco com cada pessoa, ou grupo de conhecidos, não
comemorarei com ninguém - até comemorarei, mas somente com esta que
sempre me acompanha, em todas as partes: a liberdade. Escrevi em um post
anterior, ou, se não escrevi, pensei em escrever, algo sobre paixão. É,
decidi que sou um apaixonado pela vida, ainda que isto reflita um certo
egoísmo da minha parte. Dane-se, neste ponto tenho orgulho de ser um
cara completamente egoista, mais uma liberdade que foi me dada.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
E dê-lhe iodo
Minha mãe tem uma frase, para quando eu deixo os alimentos muito
salgados, por peso nas mãos. Diz ela, 'quem usa muito sal, é porque está
apaixonado'. Sábado passado me peguei em um restaurante, entopindo o
combo salada/batatas fritas com o tal tempero. Sempre gostei muito,
principalmente de vegetais, bem salgados. Onde quero chegar com isto? Na
frase de minha mãe; segundo a 'teoria' dela, sou um permanente
apaixonado. Pessoalmente, acho isto um absurdo, mas pode ser que tenha
uma ponta de verdade nisto tudo. Porque, estar apaixonado, não
necessariamente precisa ser por alguém. Sempre me considerei um
apaixonado pela vida; apesar de já ter querido largar tudo de mão,
claro, porque o ódio, de certa forma, também é uma forma de demonstração
de amor. Hoje, posso dizer, não sem certa desconfiança comigo mesmo, de
que a tendência é comer mais sal do que comida. Digo 'a tendência',
pois nunca fui muito acertado com meu alter-ego, que vive em conflito
constante comigo. O melhor é saber que isto tem a ver com pessoas, mesmo
que possa não ser isto mesmo, e que o jogo não é fácil. E quem gosta de
jogos fáceis? A diferença destes para os fáceis, é que a força a ser
feita é muito maior. Por que não alimentar-me melhor, com comidas de
sal? Afinal, minha mãe sempre esteve certa.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Consciência?
Me peguei pensando segunda-feira à noite, quando estava no ponto de
ônibus, e vi uma enorme pixação em uma parede, com as seguintes
palavras: 'vote nulo'. Por toda Porto Alegre já vi esta frase registrada
com inteligência ímpar nos muros. É inadmissível estarmos em 2010,
século XXI, e as pessoas terem tão pouca consciência política. Entendo e
discuto (e gosto disto) com quem tem visões políticas diferentes da
minha, por mais que isto possa causar conflitos, mas, antes isto do que
gente vazia de discernimento. Antes votar no maior inimigo político do
meu candidato, do que jogar seu voto fora, com ato de tamanha
mesquinharia e burrice. As vezes acho que merecemos os governantes e o
país que temos, pois boa parte da população é cega-surda-muda quando se
trata de política. Na aula de Empreendedorismo, terminada minutos antes
de eu ver os dizeres num paredão do Viaduto da Conceição, o professor
falou algo interessante sobre o processo eleitoral: as pesquisas de
intenção de voto são ilusórias e manipulam os eleitores. Reformulo uma
teoria, que tem muito do que o próprio professor dizia, quando digo, com
certa convicção, que o brasileiro não gosta de perder, logo, não vai
dar seu voto ao candidato que certamente perderá. Pra que campanhas,
propostas (tudo bem que enganosas, na maioria das vezes), programas,
entre outras coisas, se o povo vai se guiar por uma mera pesquisa de
opinião (dos outros - eu, pelo menos, nunca participei de uma)? Depois
anulam o poder de decisão do povo, e irão reclamar à sua velha maneira:
resmungando, sem a mínima capacidade de reação - a mesma capacidade que
depositam na urna, de 2 em 2 anos.
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